No segundo dia de atividades do 3° Congresso Nacional de Trabalhadores em Telecomunicações, os participantes do evento foram divididos em três grupos distintos de discussão: operadores, prestadores de serviços e trabalhadores em teleatendimento. Separados em blocos específicos, os sindicalistas travaram debates aprofundados sobre as particularidades de cada um dos segmentos. Após o primeiro momento de apresentação das propostas, uma votação foi feita para a eleição das principais reivindicações nacionais.
Operadoras
Na comissão que discutiu os problemas e reivindicações das operadoras destaca-se a questão da transição na Oi. Uma grande preocupação dos sindicalistas refere-se à terceirização que ocorre na categoria. “Os companheiros das terceirizadas estão cada vez mais precarizados. É fundamental incluir um item que fale dos trabalhadores terceirizados nas negociações coletivas, além de firmar compromisso para que lutemos por um contrato coletivo nacional”, afirmou Luis Antonio, presidente do Sinttel-RJ.
A plenária também discutiu a necessidade de unificar a pauta de reivindicações da TIM. Um grande problema levantado e que merece destaque é a prática anti-sindical praticada pela Embratel. “Além de lutar para romper a resistência da Embratel com relação aos sindicatos, temos que exigir que o PPR [Programa de Participação nos Resultados] seja sempre negociado pelas comissões de negociação”, destaca Joaquim Castro, presidente do Sinttel-GO.
Prestadores de serviços
Ao mesmo tempo em que ocorria a discussão das operadoras, no salão ao lado os prestadores de serviço realizavam uma plenária para avaliar a situação dos trabalhadores de todo o Brasil. Um dos principais pontos abordados pelos presidentes e representantes dos sindicatos de diversos estados também foi a questão da terceirização. “É preciso resolver de uma vez por todas essa questão vergonhosa da terceirização e resgatar a dignidade do trabalhador”, enfatizou Joselito Ferreira, presidente do Sinttel-BA.
Outro ponto discutido foi o piso salarial unificado da categoria. Os participantes classificaram como vergonhosa as distorção nas remunerações e os baixos salários pagos pelas empresas do setor. A plenária funcionou como uma oportunidade para que os representantes sindicais possam conhecer melhor os problemas nacionais da categoria para, posteriormente, desenvolveram um plano de ações mais eficaz.
Teleatendimento
Ocorrida simultaneamente aos outros dois grupos de discussão, a plenária dos trabalhadores em teleatendimento focou atenções na unificação da data-base. “Temos que parar de trabalhar regionalmente, devemos ganhar peso nacional. A intenção é fazer uma campanha salarial robusta, que faça tanto alarde quanto a campanha praticada pelos bancários e metalúrgicos”, afirmou Francisco Isidoro, diretor de finanças do Sinttel-Rio. “O Rio de Janeiro ainda não conseguiu unificar as datas-base do teleatendimento, mas esperamos alcançar esse feito a partir do pontapé inicial dado pelo Sintetel”, finalizou.
Dois outros pontos que ganharam repercussão no debate foram as questões do adicional de insalubridade e da precarização do piso salarial. Ficou estabelecido que, se houver uma pauta de reivindicações nacional, o adicional de insalubridade será um dos carros-chefe devido ao alto desgaste da profissão. Com relação aos baixos salários, ficou estipulado que haverá uma luta contínua para que os trabalhadores não recebam abaixo do mínimo nacional – apesar de trabalharem 6 horas.