Este 8 de março carrega grandes reflexões para as mulheres do mundo todo. A origem desta data sempre traz à memória a busca por melhores condições de vida e de trabalho. Motivada por sentimento de mudança, grandes avanços foram conquistados com o passar dos anos. E isso não pode se perder.
No Brasil, por exemplo, as pautas que envolvem as mulheres ainda são muitas e urgentes. A equidade de gênero é a que cerca todas as demais. O tratamento desigual em todas as instâncias é sempre no sentido de desfavorecê-las.
No mercado de trabalho isso se torna gritante. Para se ter uma ideia, mais da metade da população brasileira é composta por mulheres. Porém, mesmo com mais escolaridade do que os homens, apenas 50% delas estão empregadas, enquanto 80% deles estão nessa condição.
Além desta dificuldade, quando chegam lá e conquistam uma vaga, as mulheres com ensino superior ganham em média 62% a menos do que os homens, desempenhando a mesma função. Em casos raros elas conseguem um cargo de chefia, apenas 11%.
A “coisificação da mulher” também é um grande obstáculo. Esse talvez o mais difícil de ultrapassar, pois é o mais intrínseco à cultura machista transportada por várias gerações pelos brasileiros. Trata-se da violência, do assédio moral e sexual que elas enfrentam no trabalho, na rua, no transporte e, muitas vezes, em casa.
E é em casa que elas também se deparam com outras dificuldades. Uma nova jornada. A maioria quase nunca conta com o apoio do parceiro, como se tudo fosse somente de responsabilidade delas.
E não acaba aqui.
Destacados alguns dos contrapesos dessa balança que está longe de ser equilibrada, não podemos nos esquecer da reforma da Previdência pretendida pelo governo. Quando se decidiu tratar da igualdade, eles optaram por falar sobre algo que se iguala retirando direito, não incluindo. É disto que tratam as mudanças acerca do tempo de contribuição e idade mínima. Mais um ponto que deve desfavorecer mais as mulheres do que os homens.
Com tudo levantado até aqui, não há dúvidas de que várias arestas devem ser aparadas antes de se colocar esse ponto da Previdência em discussão.
Contra tudo isso, é preciso informação, mobilização e resistência. Entendemos que a conscientização é um instrumento importante no empoderamento da mulher. E uma das formas de participar deste processo é no movimento sindical.
Estamos agindo. Desde apoiar o posicionamento das centrais sindicais nas ações no Congresso, com nosso trabalho dentro das empresas contra o assédio moral e sexual e também nas negociações coletivas. A luta do Sindicato é diária. Temos a consciência de que esta é bandeira que deve ser erguida por mulheres e homens.
O Sintetel agradece a todas as trabalhadoras pela garra, determinação e importante papel que desempenham em todos os setores da sociedade! Apesar de longe de um cenário ideal, estamos lutando juntos nesta caminhada!