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Teleatendimento: sindicatos devem focar também no combate à jornada sonegada e à temporização, alerta especialista

Os trabalhadores em teleatendimento sofrem com práticas de assédio moral, tentativas de precarização de direitos e com o adoecimento. O alerta foi feito pela auditora fiscal do Ministério do Trabalho, Dr. Odete Cristina Pereira Reis. Ela foi a primeira palestrante do encontro da UNI, sindicato internacional a qual o Sintetel é filiado, sobre organização no teleatendimento na América. O evento acontece em 19 e 20 de julho, em São Paulo.

A auditora falou sobre todos os problemas enfrentados pelos terceirizados, em especial os trabalhadores em teleatendimento, mas aproveitou para chamar a atenção dos sindicalistas de todo o continente sobre questões relevantes que ainda são pouco enfrentadas pelos sindicatos.

Ela falou principalmente sobre jornada sonegada e falta de micro pausas. No primeiro caso, o problema é que as empresas começam a contar a jornada de trabalho apenas quando o operador faz o login no seu ponto de atendimento. Isso é contra a CLT, que estipula a jornada de trabalho como o tempo que o empregado está disponível ao empregador. Ou seja, o correto seria contar a jornada a partir do momento em que o trabalhador chega à empresa. 

“Passar pela catraca, chegar ao seu andar, guardar seus pertences, tudo isso já deveria contar como jornada, pois o trabalhador já está lá, dedicando seu tempo à atividade profissional mesmo que não esteja realizando atendimento”, explicou a representante do Ministério do Trabalho, para quem o desrespeito ao que determina a Lei é um completo absurdo. 

Já no segundo caso, a auditora reforçou que as micro pausas, chamada de temporização, durante a jornada são bastante importante para que haja o relaxamento muscular adequado e a diminuição do cansaço mental. “A temporização, infelizmente, é mínima ou quase inexistente nas empresas de teleatendimento”, destacou. Para ela, os problemas são diversos e somente o fortalecimento dos sindicatos, combatendo esses problemas de forma unida, poderá melhorar a realidade no teleatendimento.