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Centrais sindicais entregam reivindicações ao vice-presidente Michel Temer

Dirigentes sindicais da UGT, Força Sindical, CSB e NCST entregaram ao vice-presidente Michel Temer um documento contendo as reivindicações da classe trabalhadora. A reunião, ocorreu em dia 26 de abril, no Palácio do Jaburu, em Brasília.

Dirigentes sindicais de diferentes categorias compareceram, entre eles o presidente do Sintetel, Almir Munhoz. “O movimento sindical, independente de qual seja o governo, tem uma agenda trabalhista que foca o desenvolvimento e o crescimento econômico e a intenção é debater isso com o Temer”, explica o presidente Almir.

Os sindicalistas defendem a imediata retomada do crescimento, da geração de emprego e de renda e da preservação e ampliação dos direitos trabalhistas e das conquistas sociais. Eles rejeitam uma reforma da previdência que mexa em direitos.

Durante o encontro, os sindicalistas entregaram as principais reivindicações dos trabalhadores. Confira a seguir a íntegra do documento:
 
São Paulo, 26 de abril de 2016
Excelentíssimo Senhor
Michel Miguel Elias Temer Lulia
Vice-presidente da República

O impasse institucional e o agravamento do cenário político que assolam o Brasil se desdobram em uma grave crise econômica. A inflação, juros estratosféricos, fechamento de milhares de fábricas e lojas do comércio, queda na renda, no poder de compra dos trabalhadores e o crescente desemprego travam todos e os setores produtivos.

Os brasileiros – principalmente os menos favorecidos economicamente – estão cansados do desajuste da economia. Nós, trabalhadores, destacamos a necessidade da imediata retomada do crescimento econômico, da geração de emprego, de renda e da preservação e ampliação dos direitos trabalhistas e das conquistas sociais.

Os trabalhadores anseiam por melhores condições na saúde, na educação, na segurança, de emprego e transporte, por um basta na corrupção e no uso indevido do dinheiro público, pelo fortalecimento das negociações coletivas e do financiamento da atividade sindical, com foco na organização e na representatividade.

O País que todos almejam será o resultado da discussão de uma ampla agenda. Um governo com uma agenda voltada para o desenvolvimento e para o crescimento econômico, para a distribuição de renda. O Brasil que queremos é resultado da seguinte agenda:

Implantação urgente de uma política de desenvolvimento nacional;

Mudanças e redirecionamento da política econômica;

Retomada, ampliação e adoção de políticas de geração de empregos, renda e direitos sociais;

Correção da tabela do Imposto de Renda;

Renegociação da dívida interna;

Fortalecimento e retomada do protagonismo histórico do Ministério do Trabalho e Emprego;

Criação de condições para o aumento da produção e da exportação;

Juros menores, voltados ao consumo e aos investimentos no comércio e na indústria;

Desenvolvimento de uma política que fortaleça a indústria nacional e reconstrua nosso parque industrial, 
voltada principalmente para os setores de infraestrutura, petróleo, construção civil e pesada;

Renovação da frota automotiva (caminhões, carros, ônibus, tratores e duas rodas);

Inclusão de representantes do capital e do trabalho no Comitê de Política Econômica do Banco Central;

Maior participação, de forma tripartite, nos Conselhos Representativos, da esfera federal;

Manutenção e ampliação dos programas voltados para a diminuição das desigualdades sociais;

Fortalecimento da política de valorização do salário mínimo como forma de distribuir renda;

Política de valorização e melhorias nos benefícios para os aposentados e pensionistas;

Não à retirada de direitos na Reforma da Previdência;

Mais investimentos em saúde, educação e transporte;

Desenvolvimento de uma política de valorização dos servidores públicos.

Antonio Neto
Presidente da CSB (Central Sindical Brasileira)

Paulo Pereira da Silva (Paulinho)
Presidente da Força Sindical

José Calixto Ramos
Presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores

Ricardo Patah
Presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores)