A UGT, central sindical a qual o Sintetel é filiado, se reúne em 25 e 26 de abril, em São Paulo, para debater os cenários político e econômico atuais no Brasil e apontar os rumos que devem ser seguidos pelo governo para garantir crescimento e renda aos trabalhadores. O evento faz parte das reflexões proporcionadas pelo 1º de Maio, Dia do Trabalhador.
O Sintetel enviou uma delegação de dirigentes para acompanhar os debates e discursos a fim de contribuir para uma solução para a crise. Muitos convidados destacaram a necessidade de o movimento sindical permanecer unido. Veja abaixo a íntegra da carta publicada pela UGT, na qual a central faz uma análise do cenário atual e apresenta propostas ao poder público federal.
Diante da nova realidade política brasileira, cujos desdobramentos ainda estão em curso, a UGT (União Geral dos Trabalhadores), que representa cerca de 10 milhões de trabalhadores em todo o País, considera fundamental a retomada imediata do crescimento econômico, do emprego, da renda e da preservação dos direitos trabalhistas.
Vivemos um cenário desolador.
A economia não funciona. O Estado brasileiro vive uma grave crise fiscal. O PIB perdeu 3,8% em 2015. Foram fechadas cerca de cinco mil indústrias só no Estado de São Paulo e quase 100 mil lojas comerciais cerraram suas portas em todo o Brasil. O desemprego está atingindo 10 milhões de trabalhadores, podendo chegar a 12 milhões até o final deste ano, se nada for feito. Os jovens são os mais atingidos, chegando a 20%. E o trabalhador que conseguiu manter o emprego teve queda de 11% em sua renda. Os serviços públicos estão falidos.
Todas essas questões serão discutidas no 1° de Maio da UGT. A nossa central quer encontrar soluções para virar de vez esta página. Por melhores condições na saúde, educação, segurança, emprego e transporte; por um basta na corrupção e no uso indevido do dinheiro público; por uma reestruturação autorregulada do movimento sindical, com foco na unificação, no fortalecimento e organização da representatividade.
A UGT quer medidas de proteção ao emprego do trabalhador e levará para a pauta de suas atividades questões como o desemprego, programas de qualificação profissional, de geração de renda, enfim, tudo o que atinge o plano econômico e social do trabalhador.
O brasileiro sem emprego acaba endividado, deparando-se com elevadíssimas taxas de juros do cartão, que chegam à casa dos 419,66%. São mais de 700 mil pessoas que tiveram de abandonar os planos de saúde, afetando também os profissionais do setor, ameaçando o emprego de mais de 6 milhões de trabalhadores.
Para dar um basta, a UGT se compromete em zelar por medidas eficazes nessas áreas, para que o Brasil reerga sua bandeira e recupere o posto de uma nação promissora e confiável no cenário mundial.
A UGT Nacional discutiu no dia 6 de abril, com as 27 UGTs e todos os estados, propostas para a saída da crise, destacando-se as seguintes:
Reforma política e partidária, através de assembleia Nacional Constituinte exclusiva, negociada amplamente com a sociedade organizada.
Nova política econômica, capaz de criar um ambiente que dê credibilidade para a retomada dos investimentos com geração de emprego.
Imediata liberação dos recursos orçamentários destinadas à execução das políticas de saúde, educação, segurança, habitação e transporte.
Redução imediata das taxas de juros.
Apoio a medidas legislativas de fortalecimento dos órgãos de estado de combate à corrupção.
São Paulo, 18 de abril de 2016.
União Geral dos Trabalhadores (UGT)