A busca da mulher por espaço na sociedade, igualdade e direitos foram o foco dos discursos de abertura do 29º Dia Internacional da Mulher organizado pelo Sintetel. O evento este ocorreu em 2 de abril, no Sindicato dos Eletricitários de São Paulo.

O atraso na celebração se deveu à crise financeira, que exigiu muito esforço do Sindicato para conseguir parceiros e patrocínios que viabilizassem o evento, explicou Cenise Monteiro, secretária da Mulher do Sintetel.

Atualmente, o Brasil registra uma denúncia de violência contra a mulher a cada sete minutos e treze mulheres perdem as vidas diariamente pelo mesmo motivo. “Precisamos refletir sobre o que está acontecendo na sociedade e sobre a inserção da mulher dela”, disse Cristiane do Nascimento, vice-presidente do Sindicato. Ela ainda alertou sobre a necessidade de as mulheres participarem da política: “nós temos saber de política porque é ela que decide como será nossa vida, nossa aposentadoria e nossos benefícios”.

Outros dados preocupantes foram lembrados nos discursos. As mulheres, por exemplo, ganham 25% menos que os homens exercendo a mesma função. Se no mercado de trabalho a situação é desigual, na política não é diferente. Dos 513 deputados, apenas 51 são mulheres. “Precisamos participar mais e virar esse jogo”, conclui Cristiane.

O presidente do Sintetel, Almir Munhoz, fez uma reflexão sobre o tema do evento, a violência contra a mulher. “Sempre me pergunto até quando precisaremos fazer eventos para tratar de temas tão absurdos como a violência, isso é inaceitável e já deveríamos ter superado essa discussão, mas é uma pena que ainda seja necessário fazer esse debate”, disse ao lamentar que não se possa ainda fazer da data apenas um momento de comemoração por direitos já conquistados.

Mauro Cava de Britto, dirigente do Sintetel, ressaltou que a violência precisa ser combatida e fez um apelo para que nesse momento de polarização política na sociedade as pessoas, mesmo que pensem diferente entre si, propaguem a paz.

Vice-presidente do Sindicato dos Eletricitários, Sérgio Canuto da Silva, ressaltou que “ainda temos muito que avançar nessa questão da mulher na sociedade”. Para ele, outro grande problema é a questão da reforma previdenciária. “Não é possível que se queira fazer com que a mulher tenha o mesmo tempo de trabalho do que o homem para poder se aposentar, nós sabemos das particularidades que fariam isso ser uma imensa injustiça”.

A mesa ainda fez um apelo para que as mulheres se engajem na luta e passem adiante as mensagens aprendidas no evento, pois só a informação poderá levar à transformação dessa triste realidade na sociedade.

O evento ainda trouxe um júri simulado após a encenação de um caso de agressão de um marido contra a esposa. Duas advogadas conduziram o teatro que fez a plateia refletir sobre a violência e cerceamento de liberdade e também sobre as punições previstas para quem as pratica.

No final, houve um sorteio de brindes para as mulheres presentes.

Agradecimento

O Sintetel agrade todas as entidades sindicais e empresariais que contribuíram para tornar possível a realização do evento, que foi um grande sucesso.