Carlos Aparício Clemente, coordenador do Espaço Cidadania, foi um dos organizadores do evento
Da esquerda para a direita: Ricardo Martins e Clemente
Da esquerda para a direita: Wagner Aparecido e Clemente
Ferramentas feitas para deficientes
Participantes com alguma deficiência andaram a cavalo
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Carlos Aparício Clemente, coordenador do Espaço Cidadania, foi um dos organizadores do evento
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Da esquerda para a direita: Ricardo Martins e Clemente
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Da esquerda para a direita: Wagner Aparecido e Clemente
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Ferramentas feitas para deficientes
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Participantes com alguma deficiência andaram a cavalo
A inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho foi assunto do Fórum Lei de Cotas e Trabalho Decente, realizado entre o Espaço Cidadania, por meio do coordenador Carlos Aparício Clemente, e Reatech, feira especializada em tecnologias inclusivas, em 11 de abril.
Cerca de 600 pessoas compareceram ao evento. O consultor e autor de livros de inclusão social Romeu Sassaki foi um dos palestrantes e abordou as recomendações do documento da OIT (Organização Internacional do Trabalho) para a inclusão de deficientes no mercado de trabalho.
O documento explica que o desemprego entre os 386 milhões de pessoas com deficiência, com idade para trabalhar, pode chegar a 80% e que esse grupo, ao entrar no mercado de trabalho, reduz o custo das aposentadorias por invalidez. Além disso, indica como as empresas podem se preparar para não haver discriminação nos locais de trabalho.
A Lei de Cotas para pessoas com deficiência existe há 22 anos e prevê que toda empresa com 100 ou mais funcionários deve destinar de 2% a 5% dos cargos às pessoas pertencentes ao grupo com deficiência. “As empresas, enquanto estão sob fiscalização, mantêm a pessoa com deficiência, mas, depois [que a fiscalização termina], os demite”, afirmou Fernanda Maria Pessoa di Cavalcante, coordenadora Nacional de Inserção de Pessoas com Deficiências no Mercado de Trabalho, que participou do Fórum.
No Brasil, o índice de cumprimento da Lei de Cotas para trabalhadores deficientes é de 22,4%. “Isso mostra que precisamos sensibilizar as empresas, porque os trabalhadores com deficiências não precisam de esmola, precisam de oportunidade”, alertou João Batista, secretário estadual de inclusão de pessoas com deficiência da Força Sindical.
Com o projeto da Lei Brasileira de Inclusão, criada pela deputada federal Mara Gabrilli e antes chamada de Estatuto da Pessoa com Deficiência, a expectativa é que o número de trabalhadores deficientes aumente. A Lei, que ainda precisa ser aprovada, muda a aposentadoria por invalidez e coloca a reabilitação como dever do Estado.
No evento, foram apresentadas ferramentas de trabalhos para deficientes. Além disso, entre os participantes da feira, havia alunos de escolas, que jogaram basquete sentados em cadeiras de rodas. O objetivo era fazê-los se colocarem no lugar dos reais cadeirantes.
Os dirigentes sindicais Ricardo Martins da Silva e Wagner Aparecido representaram o Sintetel no evento. “Foi muito interessante. Sai de lá entendendo que a luta é por dignidade e que precisamos quebrar o preconceito que existe com essas pessoas no mercado de trabalho. A feira mostrou que temos muito recursos, só falta as empresas incluírem os deficientes”, declarou Ricardo Martins.
Outro destaque da feira foi o momento em que os deficientes puderam andar a cavalo. Muitos cavalgaram pela primeira vez e saíram emocionados.