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São Paulo recebe o último encontro dos aposentados do ano

O último Encontro dos Aposentados de 2013 aconteceu na sede do Sindicato, em São Paulo, na sexta-feira, 6 de dezembro, e reuniu cerca de 60 aposentados. Foi a primeira vez que a cidade recebeu o evento. Além da confraternização, o objetivo foi conscientizar os ex-trabalhadores de seus direitos.

Os convidados foram recebidos com uma farta mesa de comida, mas o destaque foi a palestra com Hugo Perez, assessor sindical da Força Sindical. Perez entrou para o mundo sindical há 51 anos e já teve vários cargos, entre eles presidente do DIEESE entre 1977 a 1983.

A palestra centrou-se na ampliação da luta dos aposentados por direitos. “A Previdência Social tem muito dinheiro. Precisamos tomar cuidado. O sistema financeiro é similar ao rentista, sobrevive de juros. Não gera empregos e não produz nada”, alertou.

Hugo se lembrou da ação dos Estados Unidos que, em crise, tiraram dinheiro do povo para socorrer os bancos. “Quando a crise chega, a primeira coisa que o governo faz é diminuir a aposentadoria e demitir funcionários. Tudo para ajudar os bancos”, ressaltou.

Ele ainda disse achar importante que os aposentados ampliem as lutas que estão sendo travadas, como no caso do fator previdenciário. “Neste sistema temos que lutar por tudo. A empresa faz com o trabalhador o mesmo que fazemos com a laranja: espreme. Por isso surgiu os sindicatos”, desabafou. 

Hugo também ressaltou que faltam pesquisas que mostrem a importância do dinheiro do aposentado nas famílias. “Precisamos saber o peso que continuamos carregando nas costas”, concluiu.

O associado mais velho do Sindicato, Jonas Scrosoppi, de 95 anos, estava feliz de estar ali. Jonas trabalhou na antiga Companhia Telefônica Brasileira (atual Telefônica/Vivo) por cerca de 40 anos. Sua luta junto ao Sindicato é antiga. “Tomei cerveja com o primeiro presidente do Sintetel [Mário Mello]”, recorda.

O dirigente Marcos Milanez reafirmou o peso dos aposentados. “Não podemos deixar qualquer pessoa cuidar do nosso dinheiro no fundo de pensões”.

Já o ex-diretor dos aposentados, Germar Pereira da Silva, lembrou que para o trabalhador tudo é difícil, mas para o aposentado é mais ainda. “Sai governo, entra governo e o embate é sem fim. Está difícil derrubar o fator previdenciário, por isso nossa luta tem que se intensificar”, disse.

O encontro foi encerrado com a palavra do diretor dos aposentados, Osvaldo Rossato. “Tive a oportunidade de ver a força que os aposentados têm na Espanha. Lá eles direcionam a política do país. Precisamos levar esse modelo para o Brasil”. Sobre o fator previdenciário, Rossato foi claro. “Sei que vocês tem coragem de sobra para lutar por essa causa”, concluiu.