Na manhã da última sexta-feira, dia 30 de junho, o Governo brasileiro anunciou que o padrão de TV digital a ser implantado no Brasil será o japonês. Hélio Costa, Ministro das Telecomunicações, afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva marcou um "gol de placa" ao adotar o sistema ISDB no país. O decreto, que tem 15 artigos e prevê o prazo de sete anos para que o novo sistema seja totalmente incorporado no país e dez anos para o desligamento do sistema analógico, será regulamentado dentro de 60 dias por meio das portarias do Ministério das Comunicações. A metrópole paulistana será a primeira região que contará com a TV digital no Brasil, mas isso não tem prazo nem estimativa exata para ocorrer, visto que depende primordialmente das próprias emissoras e dos interesses em implantar rapidamente ou não o modelo no país. No entanto, apesar de o padrão japonês já estar definido, o decreto assinado pelo presidente permite a implantação de inovações e tecnologias tipicamente brasileiras, ou seja, desenvolvidas aqui no país. Será possível, por exemplo, a utilização de um conversor de sinais que vem sendo desenvolvido pela Unisinos (Universidade do Vale do Rio dos Sinos), no Rio Grande do Sul. O aparelho permitirá o recebimento de um sinal digital num televisor analógico, iguais aos que utilizamos atualmente. Esta tecnologia de conversor é única no mundo e permite outras funções e serviços que a diferenciam do restante. Outra novidade será a criação de quatro canais públicos de televisão. Essa medida permitirá uma maior democratização do sistema, uma vez que a programação será alternativa à da Radiobrás e voltada para a educação, cultura e cidadania. Estes canais serão responsabilidade do Poder Executivo. A União Européia, que concorria com o modelo DVB contra o ISDB japonês, criticou a decisão brasileira e afirmou que com esta escolha os brasileiros estão fadados a consumir os produtos mais caros dentro de um período de 30 anos. O Governo optou por não comentar este assunto.