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Dívida da Oi superou R$ 27,5 bilhões e desafia gestão de Zeinal Bava

No primeiro trimestre do ano a dívida líquida da Oi chegou a R$ 27,5 bilhões, o que levou o índice de Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciações e amortizações), três vezes acima do patamar estipulado para pagamento de dividendos.


"Do ponto de vista da Portugal Telecom, é crítico acelerar o programa de 'turnaround' (recuperação) da Oi através de uma materialização das sinergias entre as empresas, nomeadamente partilhando ainda mais o 'know-how' em muitos dos temas que serão chave para concluir com sucesso esse 'turnaround'", salientou Henrique Granadeiro, atual presidente da Portugal Telecom à Reuters.

Segundo a agência de notícias, a principal preocupação dos analistas com a nova gestão do grupo de telecom brasileiro é com essa recuperação, pois a capacidade de conciliar um plano de investimentos de R$ 6 bilhões por ano com uma política de dividendos de R$ 8 bilhões até o fim de 2015 – e uma dívida crescente – surge como o principal desafio da nova gestão.

Zenal Bava, que por quatro vezes consecutivas foi considerado o melhor CEO do setor de telecom da Europa, liderou por cinco anos a Portugal Telecom e foi responsável por projetos de ampliação da banda larga móvel (4G) e da TV paga. O anúncio elevou as ações da operadora na bolsa de valores de São Paulo, a Bovespa, na última terça-feira (04), que registrou alta superior a 16,8%.

Aproximação

O analista Guido dos Santos, do Caixa Banco Investimento, de Portugal, disse à Reuters que a ida de Bava para a liderança executiva da Oi constitui um passo importante, de maior aproximação e aproveitamento entre as duas empresas.

Para analistas de mercado o novo presidente deve colaborar com a melhora operacional, um dos grandes desafios da empresa, que enfrenta forte concorrência nos segmentos fixo e móvel e precisa expandir serviços de TV paga por IPTV.

"A Portugal Telecom já está preparada para o futuro, enquanto a Oi ainda se prepara", disse Nuno Vasconcellos, CEO do grupo Ongoing, segundo maior acionista da Portugal Telecom, com fatia de 10%, pois a empresa portuguesa investiu em tecnologias como fibra óptica, 4G e lançou ofertas convergentes.

Nos últimos dois trimestres a Oi conseguiu estancar a perda de receita dos últimos anos, e a companhia pretende um Ebitda entre R$ 9 bilhões e R$ 9,8 bilhões neste ano, com uma receita líquida de serviços de R$ 28 bilhões a R$ 29 bilhões.

Como uma amostragem do modelo bem sucedido da Portugal Telecom no âmbito operacional, Bava disse pretende cristalizar sinergias com a Portugal Telecom, criando uma empresa luso-brasileira com projeção global. "A PT celebrou uma parceria estratégica com a Oi, que definiu como objetivo o desenvolvimento de um projeto luso-brasileiro de telecomunicações de projeção global", disse o gestor em declarações à Reuters.

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