O número de greves registradas no ano passado no país atingiu 554 ante 446 em 2010, o que significa crescimento de 24%. A quantidade de paralisações também é a maior desde 1997, quando ocorreram 631. Além disso, a maior parte dos movimentos grevistas em 2011 ocorreu no setor público: 325, ante 227 no setor privado.
Os dados fazem parte do estudo Sistema de Acompanhamento de Greves (SAG), do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A conclusão da pesquisa é que o crescimento da quantidade de greves está relacionado à crise econômica internacional.
Na avaliação do coordenador de Relações Sindicais, José Silvestre, há um fator preponderante para esse crescimento, associado ao desaquecimento da economia como reflexo da crise internacional. Ele observou que, em 2010, o Brasil tinha experimentado um crescimento de 7,5% no Produto Interno Bruto (PIB), percentual que caiu para 2,7%, no ano passado.
“O caráter da greve muda de acordo com o contexto da conjuntura econômica”, disse o economista. Ele lembrou que, sempre em momentos de crescimento econômico mais robusto, a tendência é haver redução das paralisações, já que as negociações de ganhos salariais tendem a facilitar o alcance das reivindicações.