A UNI (Rede Sindical Mundial), órgão internacional que congrega diversas categorias inclusive a de Telecom, condenou em nota a destituição do presidente do Paraguai, Fernando Lugo.
Assinado por Ruben Cortina, presidente da UNI Americas, e por Adriana Rosenzvaig, secretária Regional, o documento demonstra preocupação com a democracia naquele país.
O texto lembra, entre seus diversos pontos, que o movimento operário e sindical das Américas foi duramente afetado pelas ditaduras que se espalharam pelo continente no século passado.
A seguir, a nota oficial da UNI Américas na íntegra:
Diante dos últimos fatos que ocorreram no Paraguai, a UNI Américas manifesta sua preocupação diante da destituição do presidente eleito, democraticamente, Fernando Lugo.
O movimento operário e sindical das Américas foi o setor mais duramente afetado pelas ditaduras que assolaram o hemisfério até a década de 90, como também foi um ator central na luta pela derrubada das mesmas.
As listas de centenas de milhares de desaparecidos e assassinados por lutar pela democracia estão tragicamente povoadas de dirigentes e ativistas sindicais. O modelo neoliberal imposto a sangue e fogo na década de 90, se edificou sobre a destruição das organizações sindicais e sociais que podiam enfrentar-lhes. Por tudo isso, não duvidamos de que é hora de defender a democracia - diante da tentativa de desestabilização - e repetimos que ela NUNCA MAIS PASSARÁ. O que aconteceu em Honduras em 2009 não pode mais repetir-se em nenhuma circunstância.
O aumento da violência não deve ser nunca uma desculpa para a retirada das liberdades e para o desrespeito da vontade popular. As soluções aos problemas de fundo requerem maior democracia, requerem a inclusão, não a exclusão.
A destituição de um presidente democraticamente eleito está na contramão de tudo o que conseguimos construir durante os últimos anos. A UNI Américas chama todos os trabalhadores a vigiar e apoiar a manutenção da democracia no Paraguai.
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