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\"Temos que recuperar o protagonismo nessa época de condições favoráveis\"

Em tom de descontração que logo evoluiu para a seriedade que o tema pedia, o cientista político João Guilherme Vargas Netto discorreu sobre os últimos passos do movimento sindical e da economia durante o Encontro Nacional da Fenattel, em Itupeva.

Ele foi enfático ao afirmar que o capitalismo está em crise. Estados Unidos, Europa e Japão já deram exemplos da fragilidade das suas economias, e o movimento sindical desses países se mostrou ausente do debate político. Para Vargas Netto, o silêncio dos companheiros estrangeiros é preocupante. Mas em vez de criticar o que acontece fora dos limites brasileiros, há a necessidade de se valorizar o que acontece no nosso quintal.

A mobilização ocorrida no último dia 3 de agosto, quando 100 mil trabalhadores foram reunidos na Avenida Paulista, é um ótimo exemplo disso. "Não quebramos uma única vidraça, não teve sorteio, nem show, e mesmo assim mobilizamos todas essas pessoas para lutarmos por aquilo que acreditamos", afirmou João Guilherme. "O momento é agora. Temos que recuperar o protagonismo nessa época de condições favoráveis", complementou. 

A meta, agora, é garantir o aumento da renda na média nacional. Nos países desenvolvidos, salários correspondem a 55% do PIB. Após o período de ditadura, o nosso índice correspondia a apenas 33%. Hoje há uma tímida recuperação, com exata participação de 37%.

"Se o movimento sindical quiser recuperar esse protagonismo, ele precisa colar a pauta de reivindicação na sociedade", explicou Vargas Netto. "Veja o caso do fator previdenciário e da união das centrais pelos 10% do PIB investidos na educação. Por que esses essas pautas têm apelo? Porque não se relacionam apenas aos trabalhadores filiados, à categoria, mas à sociedade toda", pontuou o assessor sindical.

Uma coisa é clara e irrefutável: um ano difícil está por vir, é preciso se preparar. "Temos que saber agir, não choramingar", finalizou João Guilherme. 

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