As centrais sindicais brasileiras, incluindo a Força Sindical, a qual o Sintetel é filiado, realizou entre o fim da manhã e o início da tarde desta quarta-feira uma grande manifestação para reivindicar diversas melhorias trabalhistas, entre as quais se destaca a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais.
O ato teve início por volta das 10 horas em frente ao Estádio do Pacaembu e prosseguiu em caminhada pela Avenida Paulista até a Assembleia Legislativa, no Ibirapuera, onde foi encerrado às 13h30. De acordo com estimativas da organização, 40 mil pessoas protestaram pelas ruas da capital paulista.
O Sintetel levou delegação de aproximadamente 400 integrantes, que entoavam gritos de “40 horas já”, maneira encontrada para marcar posição em relação à redução da jornada de trabalho. “Estamos lutando em solidariedade às causas dos demais trabalhadores para que a jornada seja reduzida”, contou a teleoperadora da Atento Tharina Gomes, cuja carga de trabalho é de 36 horas semanais. Aos 25 anos de idade, ela acredita no poder de mobilizações populares. “A juventude precisa dar esse exemplo de luta pelo futuro”.
Além da jornada de trabalho, os manifestantes pediam o fim do fator previdenciário, que altera para baixo o valor dos que se aposentam por tempo de contribuição. Outras questões reivindicadas são a regulamentação da terceirização e a ratificação, pelo Congresso, das Convenções 151, 158 e 189 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), que preveem, respectivamente, o direito de organização e negociação coletiva dos servidores públicos, a proibição da demissão imotivada e a regulamentação dos trabalhos domésticos.
No campo estritamente econômico, o movimento sindical pede a redução dos juros e a destinação de 10% do PIB (Produto Interno Bruto) para a educação, além de 50% dos recursos do pré-sal. “Essas manifestações ajudam na conquista desses direitos e estimulam toda a sociedade”, acredita Natali Cristina dos Santos Bento, de 25 anos, também trabalhadora da Atento.
O deputado federal e presidente da Força Sindical Paulo Pereira da Silva revelou, após a manifestação, que o governo federal já convocou as centrais para uma reunião na manhã desta quinta-feira, dia 4, em Brasília. Paulinho ainda se encontrará, na próxima terça, com o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia, para debater o andamento dos projetos reivindicados.