O estresse e a angústia também podem ser considerados doenças de trabalho, explica o professor Pierre Trinquet, do Departamento de Ergologia da Universidade de Provence, na França, que veio ao Brasil para participar de Conferência sobre “A Prevenção dos Riscos de Saúde no Trabalho: uma agenda sindical”, promovida pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), na quinta-feira, dia 9 de junho.
Trinquet, que também é sindicalista da construção civil francesa, disse que estar bem no trabalho é sinônimo de saúde e que em seu país existe um mecanismo para analisar se os empregados são vítimas de acidentes de trabalho ou de doenças recorrentes da atividade. Inclusive, existe comissão no Senado com o objetivo de analisar os casos para elaborar maneiras de diminuir a incidência.
Apesar de parecer que a França está avançada no assunto, o professor ressalta que o país não é nada exemplar e que sofre, principalmente, com o assédio sexual. “Somos campeões em fazer leis que não iremos cumprir”, lamentou.
Os diretores do Sintetel Marcos Milanez, Ana Maria da Silva, da Secretaria do Patrimônio e Desenvolvimento Econômico, e Alcides Marin Salles, da Secretaria de Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho, acompanharam as explanações de Trinquet. “É bom nos atualizarmos e estarmos cientes de como essa questão funciona em outros países. Assim, podemos avançar em nossas reivindicações”, afirmou Ana Maria.