À exceção da CUT, que organizou evento paralelo, a Força Sindical e mais outras quatro centrais (UGT, CGTB, Nova Central e CTB) reuniram mais de 1 milhão de pessoas, de acordo com estimativas da Polícia Militar, na comemoração pelo Dia do Trabalho. Mantendo a estrutura já conhecida de mesclar ato político com apresentações de artistas populares, as novidades ficaram por conta da união das centrais e da nova localidade, na Barra Funda. Até ano passado, a maior celebração, organizada pela Força, acontecia na zona norte, na Praça Campo de Bagatelle.
Principal figura do 1º de Maio, o deputado federal e presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, reafirmou as principais bandeiras de luta defendidas pelas centrais. “Precisamos discutir no Congresso a redução da jornada de trabalho, o fim do maldito fator previdenciário e a regulamentação da terceirização”.
Foi a primeira vez que as centrais se juntaram para celebrar a data, que atraiu políticos tradicionalmente identificados com o movimento sindical e também da oposição. O senador tucano Aécio Neves disse que “se o Brasil é hoje um país melhor e mais justo, isso é obra dos trabalhadores que, ao longo das últimas décadas, souberam impor sua agenda”.
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi (PDT), ainda colhe os frutos da geração recorde de empregos no País nos últimos anos e aproveitou para enfatizar que o emprego formal gera distribuição de renda e que o governo combinará criação de novas vagas com controle da inflação.
Esse foi o tema do discurso escrito por Dilma Rousseff, que não compareceu ao evento devido à pneumonia leve diagnosticada em seu pulmão direito. “Não permitirei em nenhuma hipótese que a inflação volte a corroer o poder aquisitivo dos trabalhadores”, leu, em nome da presidenta, o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), foi o único a sofrer vaias do público, mas minimizou o ocorrido. “Foi coisa organizada, de pouca gente”.
Participaram da celebração pelo Sintetel, que é filiado à Força Sindical, o secretário-geral Marcos Milanez, os diretores Alcides Marin Salles, José do Paraíso e Aílton Alves, além de delegados sindicais. “A festa foi grandiosa e à altura do trabalhador brasileiro”, disse Milanez.