Luiz Felipe, Jurídico e Rel.Trabalhistas da Procisa, Mauro Britto, secretário Geral do SINTETEL, Francisco David, diretor Geral da Procisa, José Roberto, presidente da FENATTEL, Cleber Izzo Gerente de RH da Procisa e Lucio de Moura, advogado do SINTETEL
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Luiz Felipe, Jurídico e Rel.Trabalhistas da Procisa, Mauro Britto, secretário Geral do SINTETEL, Francisco David, diretor Geral da Procisa, José Roberto, presidente da FENATTEL, Cleber Izzo Gerente de RH da Procisa e Lucio de Moura, advogado do SINTETEL
Após 16 anos à frente da Procisa do Brasil, o diretor Francisco David Rodriguez Camacho se despede do país deixando uma trajetória marcada por crescimento, inovação e forte parceria com os trabalhadores. Com quase 45 anos de atuação no Grupo Carso, ele acompanhou de perto a evolução do setor de telecomunicações brasileiro — um dos mais dinâmicos e desafiadores do mundo.
Para o secretário Geral do SINTETEL, Mauro Britto, independente do alto cargo exercido pelo amigo David, o Sindicato também o considera como um trabalhador que veio desbravar novos campos de trabalho em um país desconhecido. “A gente sente muito orgulho de ter construído uma boa relação, tanto com ele quanto com a Procisa, durante sua gestão e queremos manter essa boa relação com o novo diretor que virá a substituí-lo”, completa Mauro.
Em entrevista ao SINTETEL, Francisco David fala sobre o desenvolvimento da Procisa no Brasil, os desafios da infraestrutura de telecomunicações, a importância da relação entre empresa, sindicato e trabalhadores, além das experiências que marcaram sua vida profissional e pessoal no país que também passou a chamar de lar. Confira a entrevista completa a seguir.
Como o sr. avalia o setor de telecomunicações no Brasil atualmente?É um setor que tem um grande impacto na economia do Brasil e sempre em constante movimento. São muitos os fatores envolvidos para isto acontecer: inovações tecnológicas no mundo, condições políticas do país, capacidade de investimento das operadoras, demanda crescente dos serviços de telecomunicações.
Um país das dimensões de Brasil demanda a construção e adequação da infraestrutura, sendo o maior desafio atual. A expansão de novos serviços aumentará ainda mais e por um bom tempo a demanda da construção e manutenção de infraestrutura de telecomunicações.
O que mais marcou em sua trajetória profissional no Brasil?No Brasil, liderar uma extraordinária equipe, fez possível ser um especialista em dirigir a construção da infraestrutura e prover os serviços, que nossos clientes e o mercado demandavam, atendendo os requisitos legais do país. Isso fez uma grande diferença que hoje é uma referência no mercado.
Fazer o certo tem um grande retorno. Hoje vendemos 10 vezes mais do que quando cheguei. Somos mais de 6000 funcionários. Nosso lucro só aumenta. Nossos trabalhadores entendem que somos uma empresa que é boa para trabalhar e o tempo de casa cada dia aumenta.
Por qual motivo o sr. está retornando ao seu país?
Agora estou voltando à empresa no México, para trabalhar e fechar os trâmites para minha saída definitiva. Terei mais tempo com minha família e com suficiente energia para outras atividades pessoais que também desfruto. É necessário dar espaço à troca geracional nas empresas.
E o que o sr. leva como experiência após esses anos todos vivendo no Brasil?Morar num país multicultural é extraordinário. Nossa empresa está presente na maioria das regiões de Brasil e tive essa grande experiência de aprender e conhecer para interagir com as pessoas. Como pais temos que aproveitar essa variedade que nos caracteriza. Eu e minha esposa fomos muito bem recebidos e faz 5 anos que obtivemos a nacionalidade brasileira.
Qual foi a sua percepção sobre o trabalhador brasileiro?A principal característica do trabalhador brasileiro é a criatividade. Na procura da satisfação das necessidades pessoais gera ou aplica novas ideias. O esforço contínuo é também uma característica e o desejo de conquista. Mas precisa sempre que isto seja reconhecido.
O que achou da relação entre o sindicato/trabalhadores/empresa?Não só no Brasil, esta relação tem que se construir todos os dias, em cada contato com os trabalhadores e com o sindicato a empresa tem que aproveitar para garantir que estejam-se cumprindo os acordos entre as partes. Não existe outro caminho para ter sucesso nesta relação. No caso da Procisa posso garantir que temos conseguido.
Também temos que ser muito criativos para reter os nossos funcionários, criando um ambiente onde a produtividade seja reconhecida.
Tem intenção de retomar ao país e fixar residência aqui?Minha esposa e eu decidimos fazer uma transição devagar para voltar ao México. Ela é uma artista plástica que tem sido reconhecida no Brasil com vários prêmios. Isso é um fator para nós ficarmos ainda alguns anos no Brasil.