O movimento acostumou-se a esta forma de agir que decorreu em muito da aspiração unitária dos trabalhadores e da personalidade do presidente, que jamais renegou sua origem e passado sindicais.
Agora, com a presidente Dilma, algumas coisas devem se afirmar de modo a garantir a continuidade dos êxitos.
Em primeiro lugar devemos estar atentos (levando-se em consideração a psicologia dos personagens) a uma maior formalização nas relações. Não se deve ter ilusões na espontaneidade dos acontecimentos e das reuniões que devem ser preparados com mais atenção e rigor apoiados em dossiês e mobilizações qualificados e efetivos.
Em segundo lugar – e, acho, que com atraso – o movimento deve fazer questão de reimprimir e divulgar maciçamente as resoluções da Conclat, que constituem o verdadeiro mapa da mina das reivindicações unitárias dos trabalhadores e garantem coerência às nossas pretensões. Nossa plataforma deve ter a força de milhões de trabalhadores esclarecidos.
E, finalmente, devemos levar em conta a forte presença partidária que deve interferir nas relações entre as centrais unidas e a presidente; com Lula provamos várias vezes que nos bastavam relações sindicais e presidenciais para garantir nosso êxito. Na atualidade, este êxito passa a depender fortemente das relações político-partidárias, já que o governo de Dilma, governo de coalizão, apóia-se em partidos que, provados pelas urnas, saíram fortalecidos das últimas eleições.