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Mulheres são as mais afetadas pelas mudanças do isolamento social


Os diversos problemas que atingem as mulheres durante a pandemia foram discutidos, nesta semana, em reunião online da UNI Sindicato Global com mulheres sindicalistas de 52 países. Pelo SINTETEL, participou a Diretora Cristiane do Nascimento, que também é vice-presidenta da UNI América Mulheres.

O isolamento social devido à pandemia está causando um impacto desproporcional no cotidiano das mulheres. Houve aumento de casos de violência doméstica, provocou o acúmulo de trabalho profissional, além do aumento da preocupação com os cuidados durante 24 horas dos filhos e da família. O trabalho que já era grande aumentou e muito.
Antigos problemas continuam acontecendo, mesmo em home office. As trabalhadoras sofrem casos de assédio por parte de seus superiores. 

Mas, como estão trabalhando de suas casas, fica mais difícil ter testemunhas dessas agressões. Isso pode gerar esgotamento, desmotivação e doenças.

Em relação à violência e ao assédio, o SINTETEL está no combate diariamente e também participa da campanha para o Brasil ratificar a Convenção 190 da OIT, que trata de violência e assédio no trabalho. Ela prevê a punição de empresas e governos que não garantirem condições de trabalho sem violência de modo geral e sem violência de gênero.

A demissão é outro fantasma que ronda mais as mulheres. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnadc) mostrou que 7 milhões de mulheres perderam os seus empregos desde o início da quarentena. Ao comparar com os homens, no mesmo período, o desemprego entre as mulheres é 40% maior (dois milhões a mais). O desemprego e a falta de renda criam condições para que as mulheres sejam ainda mais oprimidas nos seus lares e dependentes economicamente de seus maridos, famílias ou auxílio governamental.
 
Precisamos lutar para que o número de desempregadas não aumente ainda mais, já que muitas cidades estão fazendo a reabertura econômica, porém creches e escolas seguirão fechadas e as trabalhadoras não terão com quem deixar seus filhos.

Além disso, em nossa sociedade, infelizmente, o fardo das tarefas domésticas costuma recair sobre as mulheres. Desde que o estudo à distância teve início nas escolas, muitas mulheres estão se desgastando, pois na maioria das casas não tem espaço adequado, nem equipamento necessários e, devido aos compromissos profissionais, sobra pouco tempo para auxiliar nas lições dos filhos.

“Sabemos que muitas mudanças foram repentinas e necessárias, devido a esse momento, mas precisamos tratar os problemas surgidos na pandemia, bem como o pós-pandemia. Não queremos voltar à realidade anterior de tripla jornada e exaustão, queremos uma melhor qualidade de vida a todas as mulheres”, defendeu Cristiane do Nascimento.

O SINTETEL está na luta diária para garantir os empregos, a saúde e a segurança dos trabalhadores. 

Você está sofrendo com esses problemas?  Denuncie ao SINTETEL.