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Congresso da UGT cobra reformas no Estado brasileiro

A necessidade de o Brasil passar por um processo de reformas foi o tema principal do debate inaugural do 3º Congresso da UGT, que acontece entre 16 e 18 de junho, em São Paulo. Com o tema “Brasil, é Hora de Mudar”, o evento da central sindical ao qual o Sintetel é filiado reuniu o ex-senador Pedro Simon, o diretor do DIAP Antônio Augusto de Queiróz e o sociólogo Demétrio Magnoli. 

“O que vemos atualmente é um processo de contrarreforma, com o objetivo de que tudo permaneça como sempre foi”, disse Magnoli em referência à reforma política colocada em votação na Câmara dos Deputados. “O fato de o Congresso Nacional ter independência e não ser cachorrinho do governo é bom, mas não com essas pautas atrasadas que não tocam nas reformas que o povo precisa de verdade”, completou Simon.

Os debatedores diagnosticaram também culpa do próprio governo em relação à falta de reformas. “Muitos movimentos sociais se tornaram dependentes do Estado e foram cooptados”, analisou Magnoli para, na sequência, afirmar que “é preciso desestatizar a sociedade civil e desprivatizar o Estado”. O sociólogo ainda culpou os políticos pela crise atual que o Brasil atravessa: “a crise não é econômica, mas sim política, é uma crise do Estado brasileiro que foi capturado pela elite e, em associação com os empresários, direciona as verbas contra o interesse público”. 

Toninho, como é conhecido o diretor do DIAP Antônio Augusto de Queiróz, concordou que o mercado se apropria da agenda do governo. “Nós vemos acontecer um debate de matriz ideológica que desqualifica o que é público para tentar beneficiar o privado”.

Simon lembrou o período das Diretas Já, quando a população foi às ruas contra a ditadura, para dizer que esse é o meio de produzir mudanças. “É hora de cobrarmos as reformas que o Brasil realmente precisa, essa é a hora, e fico feliz que a UGT defenda essa bandeira”. O professor Magnoli também destacou o papel da central sindical nesse processo. “A UGT tem um conceito fundamental que é o da independência em relação ao governo, e isso é muito importante”, finalizou.

O Congresso da UGT continua no período da tarde com o debate “desenvolvimento sustentável com justiça social”, que contará com a presença da ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

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