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Centrais Sindicais se reúnem para debater o desemprego no país

O seminário “Enfrentando o desemprego, desafios da luta sindical” reuniu representantes das maiores Centrais Sindicais do país para discutir o crescente desemprego enfrentado pelos brasileiros e projetar alternativas para enfrentá-lo. Os debates, organizados pelo Dieese, ocorreram no último dia 24 na sede do Departamento Intersindical. 
 
Marcos Milanez, dirigente do Sintetel, representou a União Geral dos Trabalhadores e destacou cinco pontos entre as reivindicações do documento entregue pelas centrais ao presidente interino, Michel Temer. Entre eles, a reforma política e a retomada do crescimento da economia. “O movimento sindical tem que marcar posição e agir em defesa dos trabalhadores, independente das frentes e posicionamentos políticos”, explicou. 

O Dieese divulgou, na ocasião, o primeiro Boletim “Emprego em pauta”, com análises das características do mercado de trabalho. De acordo com a edição, a proporção de desempregados registrada no primeiro trimestre de 2015 era de 7,9%. Mas, essa taxa cresceu e na comparação com o mesmo período em 2016 ficou em 10,9%. O número de desempregados chegou a 11,1 milhões nos três primeiros meses deste ano. 
 
As projeções indicam um cenário preocupante para o futuro do mercado de trabalho nacional. Segundo a OIT (Organização Internacional de Trabalho), haverá um brasileiro a cada cinco novos desempregados no mundo em 2017. A crise política brasileira e as dificuldades econômicas têm dificultado o crescimento e tendem a prejudicar o futuro.
 
Diante de tantos números negativos, demissões e tentativas de retirar direitos, quem perde é o trabalhador. Cabe ao movimento sindical, com sua representatividade, enfrentar essa crise e mobilizar pela retomada do desenvolvimento.
 
Por isso, o destaque nas falas dos representantes das Centrais foi para a união, independente do posicionamento político, para superar esta fase e defender o trabalhador. 
 
O dirigente do Sintetel Milanez também reforçou a necessidade da se estabelecer uma unidade nas ações do movimento sindical. “Temos um bom exemplo no setor de telecomunicações. A Fenattel [Federação Nacional dos Trabalhadores em Telecomunicações] vem fazendo um trabalho eficiente com campanhas salariais nacionais unificadas, com o objetivo de fortalecer regiões onde as condições de trabalho e remuneração são mais difíceis. Isso só é possível com um trabalho conjunto de todos os sindicatos envolvidos.”
 
Outro ponto relevante da mesa de debates foram os Projetos de Leis que estão no Congresso e visam retirar direitos trabalhistas, como é o caso da Terceirização, uma ameaça.

Ao final do Encontro, os técnicos do Dieese ouviram representantes de diversas entidades sindicais sobre as dificuldades encontradas nesse momento.
 
Nas próximas semanas, as Centrais pretendem se reunir para firmar programas de combate ao desemprego e entregar às autoridades públicas e aos empresários.