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João Guilherme Vargas Netto, Consultor Sindical - 19/02/2018

Entre um biscoito e outro

Esta vitória acontece depois de duas décadas em que o sindicalismo alemão sofreu a regionalização das negociações salarias com a BDI, a confederação dos patrões.

A regionalização desorganizou as negociações nacionais (vigentes desde sempre) e introduziu a flexibilização dos acordos, o que foi lesivo para os trabalhadores até mesmo quanto à redução efetiva das jornadas.

Agora, com o novo acordo regional em um dos estados mais importantes da Alemanha, espera-se uma onda que se propague em todos os outros estados federados e até mesmo em toda a União Europeia, abrindo um ciclo novo de redução das jornadas com ganhos salariais.

Se isto acontecer a tabela mundial hierarquizada de 68 países em que se relaciona a duração média das jornadas anuais trabalhadas com a produtividade feita pela FGV e publicada pelo O Globo em 15 de fevereiro (matéria assinada por Daiane Costa), deve sofrer mudanças, principalmente no topo.

Na tabela constata-se uma forte correlação entre jornadas menores e maiores produtividades o que, mesmo levando-se em conta eventuais críticas ao método aplicado, confirma a tese dos sindicatos de que a redução da jornada sem redução dos salários aumenta a produtividade.

Mesmo sabendo que o conceito de produtividade (e sua medida) é objeto de discórdia entre os economistas e um pântano teórico impõe-se aqui o dilema Tostines: jornadas menores garantem produtividades maiores ou produtividades maiores permitem jornadas menores?

Entre um biscoito e outro fica a lição: na aspiração produtivista brasileira de aumento da produtividade o movimento sindical deve lutar pela redução constitucional da jornada, um passo seguro confirmado pela experiência dos trabalhadores e das economias mais desenvolvidas.

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